Todo mundo sabe que dia primeiro de maio é feriado oficial mundial do trabalho. Porém, poucos têm a idéia de como e porque que a data foi criada. Passado praticamente um século da Revolução Francesa acontece à famosa greve geral de 1° de maio de 1886 em pleno centro industrial americano da época, a cidade de Chicago. O sucesso do movimento foi tão amplo que a relação da população liberal americana com a francesa se fortaleceu ainda mais. O Congresso Socialista dos comunas parisienses, em 1889, homenagearam a greve de Chicago criando o feriado do dia do trabalho.
Pode-se dizer que os dois países servem até hoje como base democrática para os países ocidentais. Ou seja, as nações são muito influenciadas socialmente com o que acontece nestas regiões. Por isso, os heróis da greve de Chicago, acabam sendo ídolos em todas as regiões do mundo no que tange a luta pelos direitos humanos, sendo que o feriado mundial é uma reverência direta a estes trabalhadores.
Para se ter uma mera idéia do nível de exploração que os operários estavam suscetíveis, vale notar que os trabalhadores da emblemática greve de Chicago lutavam para diminuir a jornada de trabalho de 13h para 8h diárias. No final do séc.XIX a imprensa ainda não estava cobrindo o mundo de forma qualitativa, não policiava os passos dos políticos e nem dos movimentos sociais, mesmo assim a greve de Chicago ficou bem conhecida pela forte repressão policial ocorrida, gerando diversas mortes, prisões e todos os tipos de atrocidades contra os direitos humanos.
No Brasil o primeiro relato das comemorações relacionadas com a histórica luta dos operários contra as longas horas da jornada de trabalho foi no movimento socialista brasileiro. O fato ocorreu em 1889 em pleno Centro Socialista. Porém, o feriado foi oficializado pelo então presidente Artur Bernardes, em 1925, seguindo a mesma doutrina ideológica direcionada ao movimento de Chicago ocorrido décadas atrás.
Contudo, os presidentes que mais representam a data no país são: Getúlio Vargas e Lula. Afinal, é difícil saber quem promoveu maior impacto na geração de emprego do país. Vargas possui destaque pela CLT, a lei que mais protege o trabalhador. Criou o Ministério do Trabalho, explicitou o reajuste no salário mínimo (que na época se equivalia a aproximadamente 1.300 reais) e reduziu a jornada de trabalho para oito horas. Sem contar o atrelamento gerado entre os Sindicatos e o Estado. E para tirar as dúvidas dos mais sádicos, regularizou o trabalho feminino, tirando as mulheres da escravidão machista trabalhista e familiar.
Em contra partida o historiador da USP (Universidade de São Paulo), Edney Gualberto, diz que “Lula consegue incorporar mais pobres que estão surgindo no sistema capitalista. Getúlio está mais ligado com as causas trabalhistas, acho que Lula traz as pessoas mais necessitadas para dentro desta sociedade consumista que vivemos no presente momento”. O historiador também acredita que Getulio Vargas nunca conseguiria fazer o que Lula fez no que tange a geração de emprego devido ao período ditatorial vivido no país, e olha que Edney Gualberto é um renomado especialista sobre o “período Vargas”. “A elite não deixaria Getúlio Vargas fazer o que Lula fez pelos trabalhadores de baixa renda”, sustenta o Gualberto. De certo que a elite militar não permitiria a implementação da Bolsa Família.
Independente de quem foi o maior símbolo do trabalho no Brasil, importante mesmo é que os dois presidentes representam o grande emblema das lutas pelas condições de trabalho, um juridicamente e o outro socialmente. Atualmente os trabalhadores lutam para que os direitos conquistados constitucionalmente não desapareçam, ao passo que novas soluções sempre devem estar em pauta. Pode-se dizer que a luta contra o fator previdenciário que impede maior geração de emprego e o combate contra a diminuição da carga horária para 40/h semanais são os temas mais atuais sobre a problemática trabalhista. Exerça a democracia já! Se una com os proletariados que ainda não abaixaram a bandeira.
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Foto: passapalavra.info