
É necessário destruir o preconceito enraizado e ter em mente que deficiência física não é rompimento intelectual. Achar que o deficiente é incapaz de realizar a atividade é o maior símbolo de discriminação implícita que o selecionador de vagas pode cometer. O preconceito enraizado no mercado de trabalho (como também contra idosos, negros, entre outros) é de longa data, sendo urgente o preenchimento de vagas que acabam sobrando pela falta do mínimo pré-requisito. O estabelecimento de cotas de empregos junto com políticas educacionais é primordial para o êxito do projeto de inserção social dos trabalhadores deficientes físicos.
A legislação brasileira garante trabalho para os portadores de deficiência. A discriminação salarial é proibida segundo a Constituição Federal. As empresas privadas com mais de cem funcionários são obrigadas a reservar de 2% a 5% das vagas totais para os deficientes físicos, é o que diz o Decreto 3.298/99 e as Leis 7.853/89 e 8.213/91. A primeira Lei diz que o ato discriminatório na recusa de trabalho sem causa justa por motivo implícito de deficiência física pode gerar prisão de até quatro anos, mais multa. Já a segunda fala sobre as regras de proporção de funcionários deficientes físicos para trabalhadores normais que qualquer empresa, particular ou pública, deve conter.
A jornalista Claudia Mello diz que “um dos principais desafios da nova era da responsabilidade social com relação às pessoas portadoras de deficiência é saber respeitar as diferenças entre pessoas e aproveitar as potencialidades possíveis. Pois o preconceito contra os “improdutivos” é o mais difícil de ser eliminado, porque está na lógica do próprio sistema, porque são diferentes. Mas, não são diferentes porque são menos humanos. Sua diferença reside no fato de que não tiveram possibilidade de atingir os níveis de produtividade dos outros”.
Ela ainda diz que é “na própria mudança de paradigma das empresas, advinda entre outros fatores, da busca de melhoria na qualidade dos processos de gestão empresarial, acompanhada de mudanças no mercado de trabalho, e da redução na capacidade de atuação do Estado, deve trazer no seu seio a grande tarefa de eliminação das discriminações e preconceitos com a pessoa portadora de deficiência e o empenho para sua inclusão social”.
A necessidade de uma compreensão mais crítica sobre o problema é extremamente urgente, objetivando a melhora das condições sociais de todas as camadas da população deficiente física. Tal problemática remota à antiguidade e tem relação direta com os problemas sociais da atualidade. O preconceito é um fato social psicológico decorrido da socialização das sociedades ocorrida de forma não-qualitativa.
A moral e a ética devem ser postas em práticas, pois dar uma chance ao deficiente físico além de colaborar para a socialização do país também representa um belo exemplo de como empreender socialmente. Mantenha a imagem de sua empresa como um paradigma a ser seguindo, um exemplo de boa gestão. Pratique cidadania.
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Foto: blogsentidos.blogspot.com