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Cotas para estudantes em universidades públicas de São Paulo

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Governo de São Paulo
Governo de São Paulo
A eleição de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura de São Paulo colocou os anos do PSDB no poder do governo da cidade em níveis consideráveis. Tucanos estão movidos com ações para que as eleições daqui a dois anos não culminem com a extinção do partido no poder do Estado considerado espinha dorsal do PIB nacional. Governo do Estado deve investir R$ 27 milhões em 2013 com cotas para estudantes em universidades públicas.

Os reitores das principais universidades do Estado (USP, Unicamp e UNESP) receberam proposta do governador Geraldo Alkmin para adotar sistema que representa alternativa aos tradicionais vestibulares, que exigem forte preparação entre os concorrentes em todas as matérias ensinadas no ensino-médio.

O Governo de São Paulo espera que 35% das vagas destinadas ao ensino superior público para 2014 devem ser destinadas aos alunos que cursaram ensinos fundamental e médio em escolas públicas. Os dados podem chegar em 50% no ano de 2016, respeitando sempre as regras impostas que reservam 35% das vagas aos afrodescendentes e indígenas na lista dos beneficiados.

O novo sistema não possui especificações de renda e mantém 15% de vantagem entre os alunos que estudaram a vida inteira em escolas públicas. O programa ainda concede bolsas no valor de R$ 311 aos estudantes que possuem média familiar referente a um salário mínimo e meio do ano vigente. O programa de inclusão social que envolve as três grandes universidades públicas de São Paulo será discutido entre os reitores para depois ser voltado nos conselheiros universitários.

Outro lado da moeda

Interessante notar que dentro da história as três grandes universidades sempre foram contra as políticas de cotas nos vestibulares com a alegação de que a regra distorce os resultados dos exames em níveis consideráveis. Também alegam que retira os méritos dos estudantes que abriram mão de tempo para se dedicarem de maneira exclusiva ao processo seletivo. Parte da crítica se preocupa com a presença de alunos despreparados em sala de aula. Não se pode ignorar o fato de que a decisão dos cursos concorridos (medicina, direito e engenharia) deve ter peso decisivo na votação à nova medida.

Simon Schwartzman, respeitado especialista em educação superior brasileira, afirma que seria melhor não assumir metas ambiciosas antes de tudo for aprovado e testado. O anúncio de maneira prévia por parte do governo representa tática para pressionar as votações em favor da nova medida. O ceticismo dos reitores com relação às políticas de cotas em universidades públicas ainda continua em alto.

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