
Desde junho do ano passado a população carcerária tem direito em diminuir um dia da pena para cada três estudados. Porém, apenas 8% dos presos brasileiros estudam. Para tentar modificar o cenário nacional, governo promove políticas que estimulam o ensino do gênero em alguns estados do país. Brasil peca na educação e inserção ao mercado de trabalho para presidiários
Educação civil ou academia da criminalidade
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes, 64% dos aproximados quinhentos mil presos brasileiros não completaram o ensino fundamental. Com a falta de recursos quem sai ganhando é a escola do crime.
Falta de recursos nas grandes regiões do país
Até mesmo as regiões mais ricas do país pecam ao aplicar a Lei 12.433/2011, relacionada com os benefícios aos detentos. Na cidade de São Paulo também não há nenhum docente, as aulas são ministradas por cinquenta monitores eleitos conforme a vontade dos detentos. Eles lecionam para menos de 9% do total dos 170 mil presos.
Confira o ranking de presidiários brasileiros que estudam nas unidades presidiárias em outros estados:
- Pará: 0% de estudantes estudando apesar de o estado ter declarado ao DEPEN cinco professores e dois pedagogos, de acordo com a reportagem feita pelo Estadão. Representa o pior índice de todo hemisfério nacional
- Minas Gerais e Goiás: 4%
- Rio Grande do Sul: 5%
- Ceará: 15%
- Pernambuco: 17%
- Espírito Santo: 20%; Um dos maiores índices em todo o país. As Secretárias de Educação e da Justiça atuam em parceira nos projetos que visam educar jovens em sistemas prisionais, garantido o direito constitucional de acesso a educação e contribuindo de forma direta na reinserção dos cidadãos à sociedade e ao mercado de trabalho brasileiro.
Na região existem 27 prisões nas quais três mil alunos são atendidos em 170 turmas que assistem aulas ministradas por duzentos professores ligados com a rede pública de ensino do estado.
Palavras do especialista
“O Estado precisa disputar contra o crime organizado o destino dos presos, pois muitos deles são novatos quando entram no sistema penitenciário; A pessoa está no presídio numa situação de ociosidade e, se ela tem a oportunidade de estudar, aumentam as chances de reinserção”, afirma Fábio Sá e Silva, pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A maioria dos especialistas entra em convergência ao afirmar que nas prisões brasileiras existe alto nível de desajuste social no qual a falta de apoio pode trazer a volta de um indivíduo pior à sociedade.
Foto: rede-educadiversidade.blogspot.com