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Greves congelam três maiores obras do país

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Complexo petroquímico da Comperj
Complexo petroquímico da Comperj
Se estivesse vivo até Karl Marx se sentiria surpreso com os fatos que acontecem nas três maiores obras do Brasil ao início da segunda década no século XX. Belo Monte, Comperj e Abreu e Lima representam três construção nas quais os trabalhadores conquistam os desejos em consequência do mercado de trabalho aberto na construção civil no Brasil, conforme disse José Pastore, professor da USP (Universidade de São Paulo), em entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo, edição número 43.534.

Negociações de salário e intensas disputas trabalhistas contribuem para que as três maiores construções que visam melhorar a infraestrutura do país estejam paradas. Somadas as greves da Hidrelétrica de Belo Montes, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e Refinaria Abreu e Lima no Complexo Petroquímico do RJ, existe prazo de seis meses de atraso em consequência das greves.

No topo da lista está o Comperj com quase cem dias de paralisação no final de 2012. Especialistas indicam que as estratégias das representações dos trabalhadores estão dando certo, caso do reajuste salarial acima da média de inflação e outros benefícios. Não se pode ignorar o fato de que o preço da cesta básica subiu de R$ 25 para R$ 260 em menos de quatro anos. O representante dos sindicatos de trabalhadores da construção civil na Bahia, Adalberto Galvão, afirma que além de maior disponibilidade no mercado de trabalho, aumento da cultura sindical e nível de escolaridade entre os trabalhadores representam dois índices adicionais que explicam os comportamentos reivindicatórios.

De certa forma dentro das construções o jogo parece ter mudado. No passado, com o país vivendo diversas crises econômicas que culminavam em aumento sequencial de desemprego, trabalhadores precisam aceitar todos os tipos de propostas oferecidas por causa da própria sobrevivência. Na atualidade quem dita às regras do jogo são os operários. Quando não existem acordos podem ficar semanas de braços cruzados até conquistaram o preço considerado justo em troca da força-de-trabalho.

Até pouco tempo atrás a Usina de Belo Monte demonstrava insatisfação dos trabalhadores em diversas áreas. Os novos atrasos as obras são provocam a insatisfação dos governantes. Sem contar com os problemas de impactos ambientais e culturais negativos impostos pela construção aos indígenas que vivem no entorno do rio sagrado. Confira maiores informações no artigo: Greve das obras hidrelétricas no Xingu.

O professor José Pastores afirma que no ambiente da atualidade, no qual concorrência por empregados diminui em consequência do alto número de vagas oferecidos no mercado de trabalhado, trabalhadores vivem de baixo do céu de brigadeiro.

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Foto: blogdogrupoorguel.com.br

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