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Honda demite 400 funcionários em São Paulo

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O tsunami forçou a Honda a demitir muitos funcionários

Este é um aviso para todos os críticos econômicos que dizem que a atual crise econômica mundial não vai afetar explicitamente o Brasil. A empresa japonesa Honda almeja corte de 50% na linha de produção para o próximo o ano, e para economizar os custos com a mão-de-obra, demitiu 400 funcionários e colocou outros 800 em ociosidade, na região de Sumaré, interior de São Paulo. O sindicato dos metalúrgicos promete não ficar parado. O Tsunami foi no Japão e muitos brasileiros no Brasil estão pagando por isso. Aspectos negativos da globalização.

A baixa produtividade de peças produzidas no Japão é o principal fator do corte. Os funcionários foram demitidos sem justa causa via telegrama, fator este que provocou a revolta de grande parte dos dispensados. Alguns representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região se juntaram na noite de quarta-feira, 18 de março, em um protesto pacífico na frente do portão da empresa.

Existiam muitas faixas com diversos dizeres, um deles: “Sem reduzir ritmo e jornada, o trabalhador saudável de hoje será o lesionado amanhã”. De fato, existe uma negociação de longa data entre Sindicato e empresa para evitar cortes de trabalhadores e diminuir a jornada que com equipes reduzidas se tornam ainda mais longas.

A Honda anunciou corte de 50% na produção, ou 12% do quadro de funcionários. Apenas trezentos dos seiscentos veículos fabricados diariamente em média pela fábrica serão fabricados. A Unidade de Sumaré tinha três turnos noturnos, agora está com dois. Em uma média, pode-se dizer que a cada cinco peças utilizadas, três são japonesas. Desde o Tsunami de março as distribuidoras japonesas não produzem a mesma quantidade do que antes, o que afeta drasticamente nos preços deste tipo de matéria prima automobilística.

Vale notar que a fabricação mundial da Toyota também caiu pelo mesmo problema, queda de 30%. A Honda anunciou que vai parar à produção durante dez dias. Normalmente esta parada se dava no meio do ano, porém, neste ano, diante tantas adversidades, principalmente a produtiva, vai ocorrer em março e provavelmente em junho também. Tudo isso para produzir menos em mais tempo.

Diante toda a problemática o sindicato da categoria almeja entrar com uma ação jurídica no Tribunal Regional do Trabalho para questionar veementemente as demissões. Muitos diretores estão insatisfeitos porque elas foram ocorridas em pleno período de negociação. A relação que estava esquentando tem tudo para pegar fogo.

Um fato curioso é o presidente Lula disse que a crise não afetaria drasticamente o país, porém, com o exemplo da Honda vemos que as coisas não são bem assim. Tanto o é que o mesmo Sindicato que alavancou a carreira do ex-presidente e o mesmo que luta hoje a favor dos trabalhadores dispensados da multinacional.

Foto: Ian Muttoo no Flickr

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