
A cada dia que passa o Estado possui mais controle sobre o consumo de cigarros. O preço do produto aumenta a cada seis meses, daqui a pouco o custo para o consumidor final será equivalente ao preço cobrado pelos grandes países europeus, ou seja, bem alto diante a conversão monetária. O Estado do São Paulo é taxativo, e como tal aumenta o imposto industrial para os produtores de cigarro com o intuito de beneficiar a saúde pública.
A Lei antifumo realmente funcionou no Estado de São Paulo. Mesmo muitos fumantes que não concordavam com ela, agora, já enxergam os benefícios da nova ordem. O aspecto é tão sadio e sóbrio para atualidade que o Congresso Nacional já estuda a hipótese de estender as regras a todos os Estados da União. O objetivo é homologar uma Medida Provisória que explicitaria tal ato como norma nacional oficial.
Naturalmente que o ambiente de trabalho na administração pública e nas empresas particulares caminha aliado com os aspectos ideológicos da Lei. Antigamente, a figura de um escriturário sentado em uma sala imunda, sem fazer nada e coberto por uma nuvem de fumaça de cigarro era o estereótipo do funcionário público. Hoje em dia, pelos menos nos órgãos públicos paulistas, a presença do cigarro no ambiente de trabalho é estritamente proibida, chega de fumaça.
Atualmente também é proibido fumar dentro das grandes e médias empresas paulistas. Alias não ser fumante acaba sendo uma das normas no processo de seleção, explicitamente ou implicitamente. As infra-estruturas modernas renegam o fumo. Um bom exemplo entre tantos é o mercado jornalístico, profissão esta que antes também era marcada por ambientes (redações) sujos de fumaça de cigarro.
De acordo com João Batista Natali no livro “Jornalismo Internacional”, o ambiente das redações jornalísticas mudou consideravelmente, as duas principais mudanças foram: a estrutura informática dos instrumentos de trabalho bem como das redações, e a abolição do cigarro, isso em um ambiente de trabalho onde antes a fumaça era uma natural constância.
A tendência do ambiente de trabalho, brasileiro e mundial, é abolir o cigarro que atualmente só traz status negativo para imagem pessoal. Na verdade, ninguém aguenta mais o intenso cheiro principalmente nos ambientes fechados, as manchas nos dedos, os dentes amarelos, a saidinha para fumar. Poucos suportam a idéia de não ter um funcionário sadio, vigoroso. Sem contar os grandes profissionais que acabam encontrando o óbito antes da hora, destruindo o ambiente de trabalho em todos os sentidos, sentimentalmente e profissionalmente.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) o tabagismo é responsável direto por 30% das mortes por câncer, sendo 90% originadas no pulmão e 25% por doenças coronarianas. De acordo com a WHO (World Health Organization), as mortes causadas pelo consumo de tabaco atingiram a média de 4,9 milhões dos óbitos anuais no mundo, mais ou menos 10 mil por dia. A estimativa para 2030 é de 10 milhões de mortes anuais caso o consumo não diminua.
Todavia vale ressaltar que a dependência física e mental do cigarro é muito forte. É bem difícil parar de fumar. Muitos não conseguem produzir sem o fumo. Realmente é um argumento forte. Porém, vale lembrar que ninguém nasceu fumando, mas sim se acostumou com o ato e com as mais de 4.000 substâncias tóxicas que estão na composição produto, cujo objetivo é, se não outro, o de viciar.
Nunca se esqueça que, como acreditava o célebre escritor português Aluísio de Azevedo, o homem é naturalista uma vez que se modifica pelo meio, ou seja, nada melhor do que costume e tempo para largar de vez o cigarro. Embarque de forma mais saudável no mercado de trabalho. Basta acostumar e acreditar que a força de vontade retornará em dobro. Não continue escravo do vício, isto prejudica diretamente a saúde, bem como as chances de crescimento profissional.
Foto: Niesteszeck2 no Flickr