
Muitas estatísticas demonstram que o brasileiro está vivendo mais. A cada dia que passa a medicina descobre novas maneiras de manter uma vida saudável e duradoura. Muitos idosos já estão aposentados, porém, se sentem em plena disposição para o trabalho. Já outros estão viciados com o itinerário, não conseguem viver sem o ambiente de trabalho. Aspecto naturalista onde o meio influencia o homem, sendo que o emprego e o ambiente de trabalho representam o meio.
Também existe uma grande parcela dos que trabalham por necessidade mesmo, uns pela precariedade da aposentadoria recebida, outros por não terem terminado o tempo de contribuição. Necessidades de vida.
Existem alguns setores industriais que precisam de mão-de-obra muito especializada e, por isso, recrutam com cada vez mais trabalhadores aposentados devido à falta de preparo dos mais jovens. A psicóloga Roberta Fernandes Lopes do Nascimento diz que “o idoso com suas potencialidades e limitações, pode ser parte significativa da força de trabalho, em que, mais do que nunca, as questões relativas à carga mensal do trabalhador se tornarão mais relevantes do que as associadas à carga física, regatando o idoso na sua bagagem cognitiva e desempenho”.
De fato, é mais fácil conquistar trabalhos que não exijam esforços físicos, mas sim mental diante suas atribuições e experiências técnicas ou administrativas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a expectativa de vida do brasileiro aumentou de 63,9 para 71,3 anos em menos de vinte anos. São aproximadamente sete bilhões de reais girados no PIB nacional graças às pessoas com mais de sessenta anos. Em 2004 as estatísticas apontavam que 46% dos cidadãos considerados aposentados ainda trabalhavam.
Fabio Romão, economista da “LCA Consultores”, acredita que “daqui para frente isso será uma crescente. O aumento dessa população no mercado de trabalho está sendo, sobretudo, para trabalhar no setor de serviços. A pessoa com mais idade recebe os clientes, usa sua experiência em atendimento diferenciado. Também são apostas das redes de varejo”.
Os primeiros passos para diminuir o preconceito contra idosos é dar uma chance. Muitas vezes o trabalho ou o estudo significa mais qualidade de vida, atividade cerebral. Na metade do século passado os idosos estavam discriminados no mercado, morriam mais cedo. Hoje o mercado enxerga uma brecha para eles, o indicie de mortalidade está diminuindo. Entendam a relação, trabalhar é viver.
Foto: pedrosimoes7 no Flickr