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Resgate de trabalhadores escravos em Goiás

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O MTE trabalha para acabar com a escravidão
O MTE trabalha para acabar com a escravidão

Goiás possui destaque no emprego de trabalhadores que exercem itinerários com condições parecidas àquelas encontradas na época da escravidão. Cidade conhecida pelas extensas áreas verdes e detentora do título de patrimônio histórico da UNESCO já contabilizou de 2008 até abril deste ano 1849 empregados escravos. A maioria da incidência ocorre em grandes extensões vegetativas onde estão localizadas a agricultura e as florestas. Na última apreensão, SRTE/GO resgatou 17 empregadosque exerciam itinerário análogo ao escravo.

O grupo detectado pela SRTE/GO (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás) trabalhava na extração madeireira. Os funcionários chegavam a dormir em pedaços de espumas colocadas de forma direta ao chão que ficavam repletas de bactérias.

Deixando os trabalhadores suscetíveis às diversas doenças que podem ocorrer neste tipo de exposição. A força de trabalho dormia em galpões ou no próprio curral da fazenda. Fator que evidencia condições ainda piores do que as dos escravos.

A Superintendência atuou em conjunto com procuradores do MTE e policiais federais que asseguraram as integridades físicas dos agentes fiscalizadores. A autuação ocorreu em fazenda situada na região de Rio Verde, região municipal de Goiás. Ação executada entre os dias 12/03 a 27/04 atendeu denúncias realizadas ao Ministério Público do Trabalho.

Os trabalhadores chamados de “gatos” (intermediadores de mão-de-obra) estavam com renumerações em atraso, sendo que nenhum exercia trabalho celetista, ou seja, com carteira assinada, e por consequência, não gozam dos conjuntos de leis brasileiras que servem como amparo ao trabalhador que hoje em dia possuem destaque quando comparado com o cenário trabalhista atual das outras potências mundiais.

A força de trabalho escravo era empregada na extração de madeira de eucaliptos realizada em condições de risco consideradas altas. Funcionários não contavam com o aporte estipulado pelos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) ou qualidade de treinamento demandada pelos treinamentos das operações de motosserras. As faltas de alimentação básica, acessos aos chuveiros, armários de caráter individual e cadeiras no entorno da mesa para realizar refeições simbolizam outros aspectos registrados pelos fiscalizadores do MTE.

Chapéu na lei: A fazenda ainda tentou enganar os agentes utilizando ônibus para transportar trabalhadores da zona rural até o centro de Rio Verde. O veículo quebrou no meio do caminho e foi encontrado em estrada vicinal.

Em síntese foram investigados 222 trabalhadores (17 detectados) em seis fazendas com 62 autos de infração lavrados e R$ 72 mil pagos em verbas indenizatórias na região.

Dados anuais sobre resgate de trabalhadores escravos em Goiás:

  • 2008: 867 trabalhadores / destaque nacional do ano
  • 2009: 328 / Quinto colocado no quadro nacional
  • 2010: 314 / Terceira posição
  • 2011: 299 empregados
  • 2012: 41 / até o mês de abril
Foto: Vectorportal no flickr

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