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Programa Start Up Brasil
O programa Start Up Brasil

Que os olhos estrangeiros estão brilhando quando se fala de Brasil já não nos é novidade, mas que os investidores do Vale do Sicílio, nos Estados Unidos, estão mirando às iniciativas empreendedoras brasileiras, pode vir a reforçar ainda mais esta ideia. Um startup é muito mais que uma ideia de negócio criativo, ela se diferencia por seu perfil de risco/recompensa e suas grandes possibilidades de crescimento de escala. Isto quer dizer: baixo custo de implantação, alto índice de risco e uma retroalimentação do investimento potencial mais atrativo. Está diretamente relacionada à inovação, desenvolvimento de tecnologias, diferenciação e adaptação de mercado e à massificação de vendas.

O governo federal brasileiro lançou, no final de novembro do passado ano, o programa “Star-up Brasil”, o qual irá fomentar com R$40 milhões, até o fim de 2014, um conjunto de até 150 empresas embrionárias que tenham projetos inovadores com base tecnológica. Está previsto que até 25% das empresas que serão estimuladas sejam estrangeiras com projetos no país. Conforme uma pesquisa realizada em 2011 pela Entrepreneurship Monitor (GEM), o nosso país possui 27 de milhões de pessoas envolvidas em um negócio próprio já existente ou na criação de um. O Brasil fica atrás apenas da China e dos Estados Unidos, e mais da metade dessas pessoas têm entre 25 e 44 anos. Esta iniciativa do governo poderá vir a potencializar a arrancada desses novos empresários e ampliar o networking, beneficiando o compartilhamento de conhecimentos, experiências e possibilidades de mercado.

O startup funciona como um best-seller: uma boa ideia aliada ao seguimento, aprovação e reconhecimento da mesma. O caminho até o grande investidor é longo, mas os equívocos e as trocas de experiências são fundamentais neste percurso. Para alcançar uma alta escala é necessário criar um alto retorno de investimento, é por ele que as empresas têm que levar em conta as distintas condições de seu cenário atual e de projeção futura, estratégias que permitam que a inovação coloque barreiras na entrada da potencial concorrência, passando uma maior confiabilidade aos seus investidores.

Podemos citar casos distintos de sucesso ou promessas de sucesso não tão bem sucedidas. O Instagram, aplicativo de fotos, por exemplo, é um ótimo exemplo de startup que deu certo. Em dezembro de 2010, Instagram já tinha um milhão de usuários registrados, em junho de 2011 já eram cinco milhões e em setembro do mesmo ano passou a 10 milhões, chegando em março de 2012 aos 27 milhões. O negócio deu tão certo que em abril de 2012, a tão bombástica rede social Facebook comprou o aplicativo por 1.000 milhões de dólares.

Por outro lado, temos o case da Segway, aqueles veículos de transporte pessoal giroscópio de dois rodas, que não foram tão prometedor es quanto era previsto. Os empreendedores tinham certeza do êxito comercial e histórico de vendas, inclusive Steve Jobs tinha comentado sobre o sucesso. Devido a um erro na planificação da cadeia de logística e produção do startup, os empreendedores se anteciparam diante de seus investidores e criaram plantas de produção com capacidade para 500 mil unidades por ano. A saída de mercado da Segway foi catastrófica: uma venda de 30 mil unidades em sete anos. Quem sabe a Segway se equivocou com o conceito de startup e não encontrou o caminho do seu ramo de negócio – uma pyme, pequena empresa.

Se nosso cenário atual é exponencialmente incerto e mutante, do que vale implantar um modelo de negócio lineal? Tudo é uma hipótese até que o sucesso nos mostre o contrário. Já bem escreveu Eric Ries, em seu livro The Lean Startup: “uma startup deve ser a empresa que ensaia modelos de negócio em pequenos nichos de clientes (laboratórios), que aprende com seus clientes (empiricamente e não apriorística), que redesenha e pilota seu modelo de negócio constantemente, até alcançar um grau de sucesso que permita sua auto sustentabilidade”. E por que Facebook continua sendo um case de sucesso? Porque soube se adaptar, diferentemente dos problemas que vêm enfrentando Foursquare e Groupon e tantas mais. O ato de empreender está ligado ao laboratório da hipótese empresarial em estar disposto a reformular quantas vezes for necessário até alcançar a sustentabilidade.

As startupers não são estritamente empresas e sim, concept companies. Acredito que este apoio governamental irá apoiar um regime especial para desenvolver em nosso país uma maior consciência empreendedora entre os jovens ainda universitários e servirá como uma pista alternativa de decolagem para nossa economia.

Foto: flavioti.blogspot.com

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