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Trabalhadores conseguem o que querem nas maiores construções do Brasil

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Professor José Pastore
Professor José Pastore
De certa forma dentro das construções o jogo parece ter mudado. No passado, com o país vivendo diversas crises econômicas que culminavam em aumento sequencial de desemprego, trabalhadores precisam aceitar todos os tipos de propostas oferecidas por causa da própria sobrevivência. Na atualidade quem dita às regras do jogo são os operários. Quando não existem acordos podem ficar meses de braços cruzados por semanas ou meses, pelo menos até conquistaram o preço considerado justo em troca da força-de-trabalho.

O professor José Pastore afirma que no ambiente da atualidade, no qual concorrência por trabalhadores diminui em consequência dos altos números de vagas oferecidas no mercado de trabalhado, trabalhadores vivem de baixo do céu de brigadeiro. A Comperj paga R$ 300 de cesta básica. Em Abreu e Lima no início das construções valia R$ 25. Passaram quatro anos o valor aumentou para R$ 250.

As três construções somaram mais de seis meses na paralisação. O recorde ficou por conta da Comperj com valor de atraso equivalente em 82 dias, recorde na própria história dos movimentos grevistas brasileiros, com 58 dias no ano de 2012, conforme afirma o SINICON (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Privada).

Na Abreu e Lima foram 71 dias, ao passo que Belo Monte somou duas semanas e dois dias entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012. Os dias de paralisação na usina construída sobre o rio Xingu traziam reivindicações para maiores dias de descanso no sentido de voltarem às terras natais para passar maior tempo junto com os familiares. O professor José Pastore diz que a situação dos trabalhadores que atuam em centros isolados ainda piora em consequência da distância que estão dos familiares.

6 meses de atrasos

Os professores da USP afirma que diversas empresas realizam contato no sentido de aprender técnicas para ganhar nas negociações com os trabalhadores. Porém, para quase todas Pastore afirma que não existem segredos senão conceder às vontades dos trabalhadores. Nas três grandes construções da infraestrutura brasileira a classe operária conquistou aumento de salário em onze por cento. Em Belo Monte e na Refinaria Abreu e Lima são noventa dias que os funcionários possuem para ficar ao lado da família. Adalberto Galvão, presidente da SINTEPAV (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia), afirma que os operários do século XXI possuem maior nível de educação e conhecimento tecnológico, adições que os fazem capazes de lutarem por direitos trabalhistas e humanitários.

Foto: blogdavisitacao.blogspot.com

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