
Com a evolução da tecnologia e o crescimento da mão de obra especializada, as jornadas de trabalham se tornam cada vez mais exigentes, fazendo com que muitas vezes os empregados passem mais tempo em seus empregos e/ou que dediquem mais atenção aos mesmos (decido a grande concorrência que existe na maioria dos setores do mercado de trabalho). Com o aumento de cobranças e exigências para o desenvolvimento de um serviço com qualidade e excelência, muitos trabalhadores acabam se tornando workaholics.
Mas o que seria um workaholic? Esse termo apareceu pela primeira vez no livro Confissões de um workaholic, escrito pelo psicólogo americano Wayne Oates. A palavra nasceu a partir da junção de work (trabaho) e alcoholic (alcoólatra) e está associada ao fato de que as pessoas que trabalham em excesso por vezes costumam apresentar os mesmos sintomas do alcoolismo, como dificuldade em admitir o vício e afastamento da vida social em preferência ao objeto que causa a dependência (no caso, o trabalho).
Gerentes, executivos, coordenadores e pessoas que ocupam cargos de liderança são mais propensos a desenvolver esse vício. O principal fator que separa um workaholic de um trabalhador mais dedicado é o modo como o trabalho é visto por ambos: enquanto para o doente as tarefas empresariais atuam como uma forma de evitar o contato com outras pessoas ou fugir de problemas emocionais ou familiares, para o empregado “normal” o trabalho atua como uma forma de satisfação e realização pessoal, mas não se torna a única fonte de prazer e alegria na vida da pessoa.
Existem alguns personagens que incorporam os sintomas que caracterizam um workaholic. Talvez o mais famoso seja Tyler Durden, personagem do cultuado filme “Clube da luta”, de 1999, Funcionário de uma empresa de seguros, Durden dedicava-se completamente ao trabalho: não tinha família, namorada ou vida social, vivia durante a maior parte do tempo em aviões, não dormia e utiliza objetos de decoração como uma válvula de escape para preencher o vazio que existia em sua vida. Caso não tenha assistido ao filme seria uma boa ideia vê-lo, pois nele aparecem os desdobramentos nem um pouco saudáveis desse estilo de vida.
O tratamento para os workaholics geralmente passa por sessões de psicoterapia, onde o paciente precisará reconhecer o seu vício e reavaliar as prioridades da sua vida. Caso a doença não seja tratada, o trabalhador corre o sério risco de desenvolver crises de stress, doenças cardiovasculares e digestivas, além da baixa imunidade e possível diminuição da auto-estima.
Por via das dúvidas, vale mais a pena seguir o antigo, porém ainda muito válido, conselho: trabalhe para viver, não viva para trabalhar!
Foto: @ubermoe no Flickr